Blog Clara Nunes: agosto 2010

31 agosto 2010

Justa Homenagem

Foto divulgação: Velha Guarda da Portela
Portela homenageia Monarco na sua próxima feijoada
O blog segue viagem pro Rio para mais uma edição da Feijoada da Família Portelense do mês de setembro, que acontece no sábado (04.09), será em homenagem a um dos mais famosos integrantes da Velha Guarda, que canta o seu amor pela escola em verso e prosa: Monarco. As canções do sambista serão cantadas por vários artistas convidados por ele. Os convidados só serão conhecidos no dia do evento , lembrando que por lá já passaram Marisa Monte, Tereza Cristina, Diogo Nogueira, Paulinho da Viola, Aline Calixto.
O show terá surpresas e muita emoção. Clássicos como: Homenagem à Velha Guarda, O Quitandeiro, Passado de Glória e Tudo Menos Amor, entre outras, estão no repertorio da festa. Os festejos começam cedo com o grupo Tempero Carioca, que a partir das 13h, canta o melhor do samba de terreiro e raiz. Ao mesmo tempo será servida a deliciosa feijoada, das herdeiras da Tia Vicentina.
A previsão de público é de 20 mil pessoas, que ainda irão participar de um arrastão pela Rua Clara Nunes, ao som da bateria Tabajara do Samba, sob a batuta de mestre Nilo Sérgio. A entrada custa R$ 10 (homens) e R$ 5 (mulheres).
A feijoada sai a R$ 10.
Informações: 2489-6440.
A quadra da Portela fica na Rua Clara Nunes 81, em Madureira.
Fonte: O Globo

23 agosto 2010

Texto homenagem pelo 12 de agosto

Sereia do mar de Minas

As ondas verdes do mar recebem uma oferenda, uma brisa clara, uma areia espessa. Colares, correntes, patuás e pulseiras presenciam uma espuma branca correndo entre braços abertos que se erguem graciosamente e com as mãos espalmadas, uma para cima e a outra para baixo, cantam um salve aos orixás. A espuma branca que corre entre os braços colore o vestido da sereia de traços negros desfiados em sua boca vermelha, seus cabelos frondosos como os de uma árvore, seu canto mestiço e intenso. Ela agita as mãos com leveza enquanto as linhas da capoeira passam por elas tecendo a barra rodada do vestido longo e os amuletos. O canto da sereia nos leva para o fundo do mar onde encontramos conchas, flores e estrelas. Mas não morremos lá. Porque as águas do mar da sereia são as águas salgadas do mar da Bahia que como um raio de luz se dissipam nas avenidas do Rio e nos levam até as montanhas de Minas. Se vocês querem saber quem é a sereia, ela é a tal guerreira, de voz de brisa condensada, mar em oferenda, de areia Clara.
“O mar serenou quando ela pisou Na areia Quem samba na beira do mar É sereia”
Entrelaçando os braços e chamando as palmas enquanto o mar banha seu corpo e a purifica, a sereia Clara Nunes junta em seu canto a força do branco colonizador que conquistou o ar através do fogo, a ternura do negro africano que aqui chegou pelos mares da Bahia e a emoção do índio que já plantava nessas terras. Sua voz é um divino manto que cobre as jarras de barro, as matas, os milharais e as mãos de mulheres lavando roupa. Mesmo quando ela está na areia é possível ver nos olhos da sereia duas gotas d’água, seu corpo veste uma espuma branca e na doçura de sua voz há o sal da Bahia, a bandeira azul e branca da sua Portela no Rio e as cachoeiras de Minas. Com as mãos para o céu e os pés no chão ela pisa no terreiro de sua fé e lança seu olhar sempre adiante, sua presença sempre à frente, sua expressão serena que conheceu as três raças e encantou o Brasil.
“Seu brilho parece um sol derramado Um céu prateado, um mar de estrelas Revela a leveza de um povo sofrido De rara beleza que vive cantando profunda grandeza”
Enquanto o coro do samba lhe monta um altar, a sereia do mar de Minas faz evocar a mata, o povo, a prata, o céu do sabiá e as forças da natureza. Clara Nunes acende velas, meche os chocalhos, leva fé para os corações que batucam samba e se banham em manjericão. Espalha alegria da Bahia a Minas, passando pela Portela. Rodando seu vestido longo e branco, Clara segue o ritmo da morena de Angola com sua voz brasileira de profissão esperança. Uma voz que traz o ouro de Minas banhado pelo mar salgado da Bahia e acompanha um sorriso espontâneo coroado por flores e conchas que lhe enfeitam os cabelos. Um brilho mestiço que se encontra nos olhos, no sorriso e no canto místico de Clara Nunes. No folclore da sereia brasileira que iluminou as minas de ouro dos corações marejados.
“Morena de Angola que leva o chocalho Amarrado na canela Será que ela mexe o chocalho Ou o chocalho é que mexe com ela?”
Raphael Vidigal Aroeira

Raphael Vidigal escreve sobre música para a Rádio Itatiaia,

onde tem seus textos lidos aos domingos entre 11h e 13h.

18 agosto 2010

Notas do Festival Cultural Clara Nunes

Fotos Kim da Portela: Eunice,Guaracy Sete cordas, Tia Surica, Timbira, Serginho Procópio,Kim, Marquinhos do pandeiro e Monarco
Mais um ano de Festival Cultural Clara Nunes na cidade de Caetanópolis. A terra natal de Clara Nunes presta-lhe uma bela homenagem na sua quinta edição. Foram duas semanas onde se pôde respirar a boa música brasileira, o contato com amigos, familiares de Clara, artistas de vários gêneros, todos com o intuito maior: lembrar de Clara Nunes!

Mesmo aqueles não sambistas, como Zélia Duncan,cantora pop que se apresentou na primeira semana do festival, não deixaram de citá-la no palco. Se desculpou por não ter em seu repertório uma canção de Clara naquele show,embora fizesse a todo momento forte reverência à sua obra.

Renato Teixeira lembrou que Clara Nunes não só é considerada uma grande cantora, mas sim, uma das mais afinadas e melhores do mundo.Seu legado é hoje objeto de estudo e pesquisa para a nova geração.

Encerrando o festival a noite do samba: Velha Guarda da Portela,presença já confirmada para os próximos festivais. Os portelenses são amados pela comunidade onde Clara nasceu. Monarco subiu ao palco lembrando grandes sucessos:"Peixe com Coco","Ê baiana","Macunaína","Conto de areia","Flor do interior" primeira homenagem gravada em 1984 pela Velha Guarda,e encerrando com "Portela na Avenida".

Yêda Maranhão e Márcio Guima interpretaram as músicas mais conhecidas da obra de Clara. Todos eles incluíndo sucessos da mineira.A praça da Matriz, onde acontecem os shows trouxe uma platéia animada e respeitosa como em todos os anos. O festival tem esse aspecto:adultos,idosos,jovens em sintonia com o tributo que a cidade notadamente se supera a cada ano.

É impressionante assistir e presenciar uma multidão aclamando Clara Nunes, depois de 27 anos de sua ausência . Tema para se discutir num país onde de costume se esqueçem dos ídolos do passado facilmente.Fenômeno é certificar-se que Clara Nunes está presente na lembrança de muitos admiradores e fãs. Como bem disse Adelzon Alves, produtor dos primeiros discos e presente na cidade: "Clara tornou-se um mito nacional e referência para a cultura afro-brasileira.Ao morrer foi levada pela Portela que a retirou da clínica São Vicente para ser velada na quadra da escola. Daí prá frente ela não pertencia mais a família, e sim ao povo que a consagrou"

Parabéns à Caetanópolis por mais esta bela homenagem!

Aos organizadores Marilene Araújo, Adriana Andrade e ao prefeito Romário Vicente nosso muito obrigado por não deixar Clara Nunes ser esquecida!

Fotos:Kim da Portela
Monarco
Fotos: Washington Yêda Maranhão
Fotos: Ana Paula Eufrásio
Marcio Guima, seu irmão Mauro, Timbira e Marquinhos do pandeiro
Márcio Guima

12 agosto 2010

12 de agosto: aniversário de Clara Nunes

Foto arquivo pessoal: Luiz Ayrão
Foto arquivo pessoal : Raimundo José
Se viva fosse, Clara Nunes estaria completando hoje 68 anos de idade. Clara Francisca Gonçalves nasceu em Cedro , MG, em 12 de agosto de 1942. Sua cidade natal, à época pertencente ao município de Paraopeba, foi emancipada com o nome de Caetanópolis. O sobrenome Nunes foi homenagem à sua mãe a conselho de Cid Carvalho , produtor cultural em 1960. Caçula dos sete filhos do casal Manuel Ferreira de Araújo e Amélia Gonçalves Nunes ficou órfã aos 4 anos de idade.
Seus contemporâneos de idade, amigos e músicos da nossa MPB estão produzindo até hoje para a cultura musical: Gilberto Gil ,68 anos, que numa conversa com a Dindinha, irmã de Clara, declarou que sempre achou estranho Clara nunca corrigir sua data de nascimento errada :12 de agosto de 1943, como está em várias biografias “tortas” pela net. Riu numa conversa informal, ainda Ministro da Cultura, que ele e Caetano Veloso (68 anos) sempre acharam estranho Clara diminuir um ano de vida. Mas no fundo sabiam que ela também era de 1942. –“Clarinha sempre foi sapeca!”, concluiu.
O blog homenageia Clara neste dia, seguindo para Caetanópolis onde acontece o V Festival Cultural Clara Nunes com um belo tributo da cidade à sua filha querida. À noite ,no Centro Cultural, antigo cinema onde a mineira cantou pela primeira vez ainda criança, uma peça teatral rádio novela contando sua vida. No fim de semana prossegue com shows-homenagens e a presença da Velha Guarda da Portela , ilustres padrinhos em momento de muita emoção!
Parabéns Clara!
Leia mais:

10 agosto 2010

Continua o festival

Festival Clara Nunes
Continua o 5º Festival Clara Nunes na cidade de Caetanópolis, 90 km de Belo Horizonte, terra natal da cantora.Os shows começam as 20:00 hs sempre na Praça da Matriz com entrada franca. No próximo fim de semana,sábado 14, será palco do show da Velha Guarda da Portela, escola do coração de Clara; do grupo Choro de Minas, de Yeda Maranhão, cantora maranhense , e uma homenagem especial: o mineiro Márcio Guima, sobrinho da sambista.Ele revive os sucessos de sua tia em sua cidade natal. Atualmente, Guima luta para a preservação da memória de Clara tocando seus sucessos em Belo Horizonte e por outras cidades mineiras.
No domingo show de encerramento com Renato Teixeira e banda.Considerada uma das maiores intérpretes de samba do país, Clara Francisca Gonçalves Pinheiro, conhecida como Clara Nunes faria 68 anos em 12 de agosto de 2010.
Pelo quinto ano seguido a secretária Municipal de Cultura Adriana Ribeiro e o Prefeito Romário Vicente convidam a todos para o evento que celebra o aniversário de Clara, no dia 12 de agosto.O Festival Cultural Clara Nunes é uma grande festa com o objetivo de fomentar a cultura local e cidades circunvizinhas, discutindo a obra , o mito Clara Nunes.
Contatos:
(31) 3714-7430
Nome do Evento: Festival Clara Nunes
Onde: Caetanopolis
Hora Inicial:20:00
Entrada:Entrada Franca
Categoria:Show
Portal UAI:

09 agosto 2010

Jornal O Tempo

Conexão Tribal leva seu som à praça da Matriz de Caetanópolis
AGENDA
O que: 5º Festival Cultural Clara Nunes
Quando: Até dia 15
Onde: Caetanópolis
Quanto: Programação gratuita
Caetanópolis faz a sua festa da cultura e dá exemplo
Publicado no
Jornal OTEMPO em 06/08/2010
DOUGLAS RESENDE
Caetanópolis está dando um belo exemplo para as cidades da Região Metropolitana de Belo Horizonte na área da cultura. A prefeitura de lá tem organizado, nos últimos quatro anos, um festival que consegue um interessante equilíbrio entre a cultura local e de fora da cidade. O evento leva o nome do maior ícone nascido em Caetanópolis - Festival Cultural Clara Nunes, cuja quinta edição está rolando desde o domingo e vai até o dia 15. Dentro da programação está incluído um outro festival - o 4º Festival da Canção - e também apresentações de grupos e figuras como Zélia Duncan (neste sábado), Renato Teixeira e Velha Guarda da Portela - escola que foi a casa de Clara Nunes por muito tempo.
"Privilegiamos a MPB, o samba e as modas de viola", diz Adriana Andrade, secretária de Cultura de Caetanópolis. Há ainda a tradição do tambor, representada, nesta edição do festival, pelo grupo de percussão Conexão Tribal African Beat, formado em Belo Horizonte pelo senegalês Mamour Ba. Mas representada sobretudo pelas guardas de congado da região, que vão se reunir em Caetanópolis para a festa de Nossa Senhora do Rosário no dia 13. Segundo Adriana, encontram-se em torno de 40 grupos de Caetanópolis e outras cidades da cercania, como Sete Lagoas e Curvelo.
A outra parte da cultura regional é oriunda da Casa de Cultura Clara Nunes, sediada no prédio onde a cantora se apresentou em público pela primeira vez, aos sete anos, segundo relembra a secretária de Cultura. Na época, Caetanópolis era ainda chamada de Cedro (em referência à indústria têxtil que deu origem à cidade), e a Casa de Cultura era uma casa de espetáculos, incluído aí o cinema. Hoje, a instituição forma estudantes nas áreas da música, teatro, dança e pintura. "Oferecemos as oficinas gratuitamente para a população. E muitos desses alunos também se apresentam no festival", comenta Adriana.

06 agosto 2010

100 anos de Adoniran Barbosa!

Nesta sexta-feira , dia 06 de agosto, Adoniran Barbosa completaria 100 anos. O compositor e cantor foi responsável por apresentar ao mundo o tradicional bairro paulista do Jaçanã ao escrever o sucesso Trem das Onze, mais tarde gravado pelos Demônios da Garoa.

Clara Nunes, Adoniran Barbosa e Clementina de Jesus
Foto: Abril/Veja 1980
Em 1980, Adoniran convidou artistas como Elis Regina, Djavan, Clara Nunes, Gonzaguinha, entre outros grandes artistas para lançar o LP Adoniran e Convidados .
Assista no Youtube Clara e Adoniran, "Abrigo de Vagabundos" gravação de 1979. http://www.youtube.com/watch?v=62m_LMyRJWk

04 agosto 2010

Site: Ocê no Samba- Belo Horizonte

Festival reúne homenagens a maior cantora
de sambas de Minas, Clara Nunes
Caetanópolis,
uma cidade da região central mineira não se destaca pela população numerosa, pelo tamanho, pelas riquezas, nem mesmo pelo nome, uma homenagem a Caetano Mascarenhas, fundador da fábrica de tecidos da cidade. O município de pouco mais de dez mil habitantes teve, porém, uma filha ilustre, e por causa dela, há cinco anos o ex-distrito de Paraopeba realiza um belo evento: o Festival Cultural Clara Nunes, que começou dia 01, e estende-se até 15 de agosto. Motivo de orgulho para Minas, Clara ajudou assim como outros sambistas daqui a quebrar o preconceito acerca da capacidade de “fazer samba” do artista mineiro.
Crédito: Last FM.

A iniciativa da Secretaria Municipal de Cultura da cidade, em parceria com o Instituto Clara Nunes, apresenta uma série de exposições, vídeos educativos, oficinas, filmes, danças como o jongo, peças teatrais - todos na Casa de Cultura Clara Nunes - e shows. Dentre eles, destaque para o Festival de Músicas [inéditas] e Cantores da Nossa Terra, um estímulo os talentos da região. O Instituto, mantido pela família da sambista mineira, reúne creche e acervo com material para um futuro museu em homenagem a uma das mais belas vozes da música popular nacional.
O sobrinho carrega o estandarte e leva o nome Clara Nunes para todos os cantos das Gerais. Como? Cantando músicas de seu repertório, como Conto de Areia, de Romildo Bastos e Toninho Nascimento.

Os shows começam, oficialmente, dia 07, na Praça da Matriz, que será palco do show da Velha Guarda da Portela, escola do coração de Clara; do grupo Choro de Minas, de Yeda Maranhão, dos Magnatas do Samba; e uma homenagem especial: o mineiro Márcio Guima, sobrinho da sambista, revive seus sucessos de sua tia em sua cidade natal. Atualmente, Guima luta para a preservação da memória de Clara tocando seus sucessos em Belo Horizonte e por outras cidades mineiras. Se viva fosse, ele certamente faria um show especial, já que 12 de agosto seria aniversário da cantora.
- 5º Festival Clara Nunes
Local: Praça da Matriz, Caetanópolis
Dia 07: Magnatas do Samba e Zélia Duncan
Horário: 20h às 02h
Dia 13: Choro de Minas & grupos de dança e viola locais
Horário: 19h às 02h
Dia 14: Márcio Guima, Yeda Maranhão e Velha Guarda da Portela Horário: 20h às 02h
Valor: entrada franca
Informações: (31) 3714.7430
Transcrito do site mineiro Ocê no Samba

Começa o Festival Clara Nunes

Festival Clara Nunes começa em Caetanópolis
Até o dia 15 de agosto, Caetanópolis recebe o “5º Festival Cultural Clara Nunes”. O evento cultural é uma iniciativa da Secretaria Municipal de Cultura de Caetanópolis, que tem como objetivo ressaltar a cultura do local por meio da apresentação de talentos como a cantora Clara Nunes, natural da cidade. Segundo a organização do festival, a mostra também é uma forma de agradecer à família da Clara Nunes, que sempre trabalhou com dedicação em prol da cidade.
Durante o evento, que também comemora o aniversário da cantora, no dia 12 de agosto, serão feitas apresentações de bandas de música, grupos de capoeira, corais, mostras de danças, palestras, folclore, peças teatrais, exposições de artesanato, música e poesia. Os interessados em participar do festival devem comparecer a cidade até o dia 15 de agosto, na Praça Central de Caetanópolis e na Casa da Cultura Clara Nunes. A entrada é franca. Mais informações e a programação completa podem ser obtidas no site do festival.
Sete Lagoas site oficial